O Racionalismo

Quando, em 1675, foi fundado Greenwich, o primeiro observatório britânico, sua direção foi confiada ao Reverendo John Flamsteed, o primeiro astrônomo real inglês. Ele traçou o horóscopo do observatório, mas conclui-o com as palavras: “conseguem conter o riso, amigos?”. O comentário de Flamsteed assinala a crescente cisão entre a astronomia ciência e a astrologia, arte matemático-intuitiva.

Então, em 1687, o grande livro de Issac Newton, o Principia Mathemática, abriu a fase moderna da astronomia. Foi descrito como o maior esforço mental jamais realizado por um homem e, assim como estabelecia a lei da gravitação, continha um notável número de avanços fundamentais. Embora tenha preparado a cena para os cientistas materialistas de hoje, Newton, quando jovem, recebeu uma instrução básica convencional sobre astrologia; mais tarde dedicou muitas horas a experiências alquímicas. Seu respeito pelas verdades inerentes à astrologia nunca sofreu alteração. Na verdade, suas investigações sobre as forças ocultas que moldam os eventos numa escala universal não estavam em conflito com as pesquisas atuais sobre à harmonia celestial. Mas o novo espírito racional não hesitou em descartar a astrologia. Os racionalistas, porém, ignoram as contribuições astrológicas de homens que desejavam reivindicar para seu próprio lado, mais notadamente Copérnico e Kepler, que, com Newton, são comumente rotulados pelos livros de história como os principais instigadores da morte da astrologia. Que a astrologia sofreu um profundo declínio, no mínimo até a metade do século XIX é inegável. Mas, curiosamente, os homens tidos como responsáveis por essa queda em desgraça estavam na realidade mais sintonizados com o potencial da astrologia séria do que seus detratores.